10.11.08

De Sanctis e Dantas - Além da Cúpula do Trovão

Hoje o TRF3 julga o afastamento do juiz federal Fausto de Sanctis no caso Daniel Dantas.
Foi adiado o julgamento do afastamento do juiz federal Fausto de Sanctis no caso Daniel Dantas (só porque eu tinha feito pipoca...).

E esse é um daqueles casos para fundir seu cérebro.

Sim, porque ao mesmo tempo em que você pode ser garantista ou pelo menos achar que alguns direitos fundamentais devem ser respeitados, você também pode ter uma visão de mundo menos voltada à corrupção e à dominação de um país por um banqueiro que está envolvido em quase todos os casos de malandragem de longa data.

Daí seu cérebro tenta defender que um juiz suspeito é contra tudo que é correto no judiciário, que um juiz inquisidor é uma das piores coisas que podem existir num sistema democrático que preze pela liberdade do cidadão e que esse De Sanctis é bem suspeito (já vi ele numa palestra e ouvi algumas coisas que me deixaram bem assustado).

Do outro lado, seu cérebro sabe que temos um cara que controla meio mundo, que teve a pachorra de falar que se seu caso chegasse no STF ele tava tranqüilo (valeu Gilmarzão!), membro de uma corja que impede o Brasil de dar um passo pra frente sem que ele ganha alguma com isso e que provavelmente subornou o obstetra quando nasceu para garantir um lugar melhor no berçário.

E daí fica aquele impasse, prende porque é safado ou não prende porque é presumidamente inocente? Afasta o juiz porque é suspeito ou deixa onde está porque tá conseguindo infernizar a vida do Dantas?

Realmente, é um caso para dar um curto-circuito no meu cérebro.

Assim, depois de muito refletir, acho que cheguei à solução ideal.

De Sanctis e Daniel Dantas deveriam ser colocados dentro de uma jaula circular com 8 metros de diâmetro. As regras seriam muito simples:
  • não vale puxão de cabelo;
  • não vale chute no saco;
  • não vale dedo no olho; e
  • 2 homens entram, 1 homem sai.
Quem saísse caminhando de dentro da jaula ganharia (além da própria vida) minha simpatia e, conseqüentemente, estaria certo...

Agradeço ao Mad Max pela inspiração.

Leia também:
Escrito ouvindo: Come Out and Play (The Offspring, Smash)

6 comments:

Anônimo disse...

Cumpre diferenciar o sr. Daniel Dantas retratado no jornalismo daquele que está documento nos autos.

Acredito que muito que se analisa está fundado em mero reflexo dos jornais.

Sem maiores debates, o que importa, juridicamente, é o que está documentado e provado no processo.

Anônimo disse...

Novamente o Marco Aurélio deu um verdadeiro show. Acompanhei o julgamento via TV JUSTIÇA e pelo que os próprios Ministro que concederam a ordem disseram, houve SIM novos elementos para a segunda segregação.

Pedro Schaffa disse...

Concordo plenamente que a justiça deveria se preocupar só com o que está nos autos.
Pode ver que a maioria das coisas que eu falo por aqui noblog é para defender as garantias individuais(até mais radical do que a média, de vez em quando).
No entanto, o problema de só fazer as coisas baseado com o que tem no processo é o dia que a pessoa que você está julgando tem o judiciário na palma da mão. Daí faz o que? Lamenta?

Anônimo disse...

Caro Dr. Pedro,

Não há em minhas palavras nenhuma crítica velada. Apenas estou lembrando a nós que o processo é a forma mais segura de se fazer justiça.

Entretanto, solicito venia para expor uma observação. Tenho cá minhas dúvidas se qualquer cidadão brasileiro, do mais humilde ao mais poderoso, pode cooptar toda uma corte ou turma. Portanto, não concordo e duvido muito que alguém possa ter o Judiciário na palma da mão.

Anônimo disse...

Só digo uma coisa aos colegas,
Provavelmente esse Daniel Dantas "deve" mesmo, mas ninguém pode ser condenado pelo que provavelmente fez segundo a opinião pública. Publicamente ele já foi condenado, mas Justiça não é isso e esse processo, mais em função da mídia do que propriamente pelo caso, já demonstrou o "estrelato" dos inquisitores. Juiz não deve ficar contando vantagem de suas decisões e delegado de polícia deve investigar, não aparecer perante a mídia como um "Davi bíblico". Lembrem-se que nosso Presidente Collor foi absolvido pelo STF por nulidade das provas, salvo engano meu. Por fim, também outro dia desses o STF mandou soltar integrantes do PCC presos há 4 anos sem sequer serem interrogados, no mesmo dia o juiz de primeiro grau mandou prender novamente e o STF nem aí... O tempo dirá quem está com a razão.

Anônimo disse...

Grande Marco Aurélio. Sabia que ele não ia me decepcionar.